O Acre ocupa a 6ª posição entre os estados brasileiros com maior percentual de domicílios beneficiados pelo Bolsa Família, segundo dados da PNAD Contínua 2024 do IBGE. Ao todo, 34,8% dos lares acreanos recebem recursos do programa, percentual bem acima da média nacional, que é de 18,7%.

A expressiva dependência da população local pelo benefício evidencia os desafios sociais e econômicos enfrentados no estado. Entre 2019 e 2023, o rendimento per capita dos domicílios que recebem o Bolsa Família no Acre aumentou 32,5%, passando de R$ 369 para R$ 489. Já entre os domicílios que não recebem o auxílio, houve queda de 0,9%, com o valor indo de R$ 1.528 para R$ 1.514.

Outro dado preocupante é a concentração de renda. O 1% mais rico da população acreana tem renda 32,4 vezes maior do que os 40% mais pobres, segundo o IBGE. Isso coloca o estado entre os que mais registram desigualdade no país, ampliando a importância do Bolsa Família como política de mitigação de pobreza.

Embora o programa atue como uma rede de proteção essencial, especialistas alertam para a urgência de políticas estruturantes que promovam geração de emprego e renda, de modo a reduzir a dependência crônica de auxílios sociais em regiões como o Acre.