Entre 2018 e 2024, 63% dos feminicídios no Acre foram cometidos com arma branca, segundo o painel do Feminicidômetro do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). O levantamento contabiliza 71 casos de feminicídio no estado até agora, destacando que 28% dos crimes ocorreram com o uso de armas de fogo.

O perfil dos assassinos revela que, dos 71 casos:

● 34 eram companheiros das vítimas;
● 12 eram ex-companheiros;
● 8 eram namorados;
● 4 eram conhecidos;
● 3 eram amantes.

A maioria dos agressores atuava como agricultores, autônomos, diaristas ou estava desempregada. Cerca de 75% dos feminicídios aconteceram dentro de casa.

As vítimas

As mulheres mais afetadas estão na faixa etária entre 20 e 24 anos. Outro dado alarmante: 86% das vítimas são pretas ou pardas. Além disso, 72% das mulheres assassinadas no estado tinham filhos, e pelo menos 20 crianças presenciaram os crimes.

Em vigor desde 9 de março de 2015, a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/15) alterou o Código Penal, qualificando o feminicídio como uma forma agravada de homicídio. Enquanto o homicídio simples prevê penas entre 6 e 20 anos de prisão, o feminicídio impõe uma pena de 12 a 30 anos. A legislação também incluiu o crime na Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), endurecendo as punições.

Dos processos judiciais:

● 55% estão arquivados;
● 27% estão em tramitação;
● 10% aguardam recurso;
● 7% estão suspensos;
● 1% aguarda andamento.

Em 2023, o Acre ficou em segundo lugar entre os estados com maior taxa de feminicídios consumados, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Mulheres em situação de violência podem buscar ajuda nos seguintes contatos:

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam): (68) 3221-4799
Central de Atendimento à Mulher (Disque 180)
Centro de Atendimento à Vítima (CAV): (68) 99993-4701
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): (68) 99930-0420
Casa Rosa Mulher: (68) 3221-0826

A Polícia Militar também disponibiliza números de emergência:

(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935