O local era Ouro Preto, Minas Gerais, o ano não me recordo bem, eu, um jovem cheio de ideias e um desejo enorme, que trago até hoje, de conhecer o mundo. Explorar o maior número de cidades, estados e países que a vida assim me permitir. Ao chegar na cidade histórica, após aposentar a mochila na república que me hospedaria por aqueles dias, fui ao boteco mais próximo, uma mania antiga que carrego até hoje, pois é no bar onde fazemos os primeiros contatos com os “nativos” mais legais de qualquer lugar.
– Por favor, a cerveja mais gelada que você tiver e o tira-gosto que você recomendar. Qual é o seu nome? Perguntei ao garçom.
Após o Fagundes, com aquele gostoso sotaque mineiro, me explicar as peculiaridades dos pratos locais e afirmar que todas as cervejas estavam estupidamente geladas, me decidi.
– Quero bambá de couve com costelinha de porco e uma Antarctica bem gelada, por favor.
Mal deu tempo de o Fagundes sair para providenciar o meu pedido e eu já estava com a cabeça recheada de pensamentos do quão bom é viajar, conhecer novos lugares, novas pessoas e delícias.
Viajar não é apenas uma fuga temporária da rotina, mas também um investimento valioso no enriquecimento pessoal. Ao contrário dos investimentos tradicionais, como ações, imóveis, poupança e afins, as experiências de viagem oferecem um retorno que ultrapassa os números em uma conta bancária.
As viagens proporcionam uma expansão cultural única. Ao “garimpar” novos ambientes, sabores, culturas e tradições, temos a oportunidade de ampliar nossas perspectivas e compreender a diversidade do mundo. Esse tipo de enriquecimento cultural não tem preço e contribui para um crescimento pessoal que vai muito além do financeiro.
O teólogo e filósofo Santo Agostinho, com extrema sapiência, já disse: “O mundo é um livro e aquele que não viaja lê sempre a mesma página.”
Embora as viagens possam parecer, para alguns, um luxo, é importante destacar que o valor dessas experiências não pode ser subestimado. O retorno emocional e intelectual obtido ao explorar novos lugares muitas vezes supera os ganhos financeiros.
Portanto, ao se questionar para onde destinar recursos, talvez seja prudente considerar o investimento em experiências que enriquecem a vida de maneiras que o dinheiro não pode comprar.
O bambá estava ótimo, a cerveja realmente gelada e meus pensamentos já estavam programando a próxima viagem.
– Fagundes, a saideira e a conta, por favor.