Neyde Maria Maia: A Fera da Penha – um crime brutal que chocou o Brasil

Anos 1960, Rio de Janeiro. Em Piedade, subúrbio carioca, Antônio e Nilza, pais de duas filhas pequenas, aparentavam uma vida tranquila aos olhos dos vizinhos. Enquanto Antônio se dirigia ao trabalho, Nilza cuidava da casa e das crianças.

Entretanto, um segredo sombrio permeava a vida de Antônio. Ele mantinha um relacionamento clandestino com Neyde Maria Maia Lopes, uma admiradora de Nelson Rodrigues que conhecera durante suas atividades diárias em um trem.

O que começou como uma aventura rápida tornou-se parte da rotina de Antônio ao longo de três meses, enquanto Neyde, ciente do segredo, relutava em confrontá-lo. Um amigo próximo revelou a verdade a Neyde, desencadeando uma reviravolta.

Diante da notícia, Neyde confrontou Antônio, exigindo que ele pusesse fim ao casamento em uma semana. Apesar da relutância de Antônio, Neyde não desistiu. Ela executou um plano meticuloso, passando seis meses descobrindo detalhes da família de Antônio e se aproximando da esposa, Nilza, disfarçada como uma velha conhecida.

Após conquistar a confiança de Nilza e das crianças, Neyde descobriu o ponto fraco de Antônio: sua filha Tânia, a quem ele considerava a luz dos olhos. Determinada, Neyde se aproximou da garota, presenteando-a com doces e presentes.

Em um encontro posterior com Antônio, Neyde revelou conhecer sua família, ameaçando-o: terminar o casamento ou enfrentar consequências graves. Antônio, incrédulo, ignorou a ameaça, retornando para casa como se nada tivesse acontecido.

A história culminou no sequestro brutal de Tânia. Neyde, de forma cruel, tirou a vida da criança em um matadouro, chocando a comunidade. Após ser detida pela polícia, ela confessou o crime em uma entrevista, revelando detalhes do plano e do relacionamento com Antônio.

Neyde foi condenada a 33 anos de prisão, mas cumpriu apenas 15. Aos 79 anos, ela vive isolada na Zona Norte do Rio. Enquanto isso, Antônio e Nilza continuam casados, com uma família ampliada por três filhos adicionais, seis netos e dois bisnetos.

O local do crime, antes um matadouro, transformou-se em uma praça com uma placa que lembra a tragédia. O túmulo de Tânia, no Cemitério de Inhaúma, continua a receber homenagens de pessoas que acreditam que a menina se tornou uma espécie de santa.

Amaro Alves foi repórter de polícia até se aposentar, em 2009; vive atualmente em Belém (PA), de onde escreve com exclusividade para oacreagora.com

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