O secretário de estado da Educação, Cultura e Esporte (SEE), Mauro Sérgio Ferreira da Cruz, suspendeu temporariamente a empresa Fricarnes Distribuidora. Portaria publicada nesta terça-feira (22), no Diário Oficial, impede que a empresa contrate com a administração pública por um período de seis meses.  

Em abril deste ano, o então secretário-adjunto de Educação Marcio Matos Mourão acenou com a assinatura do contrato milionário, apesar de a empresa figurar em uma investigação da Polícia Civil e Ministério Público e seu representante ter sido preso na Operação Mitocôndrias, deflagada no dia 7 de abril.  

Segundo investigação, a empresa entregava carne de segunda às escolas da rede pública de ensino no lugar de carne de primeira – e com isso economizou R$ 2,3 milhões.

A auditoria também constatou outras graves irregularidades na execução dos contratos da Fricarnes Distribuidora com o estado, de acordo com relatório técnico da Controladoria Geral do Estado.

Entenda o caso

Segundo os responsáveis pelo caso, a Fricarnes se aproveitou do fato de que muitos trabalhadores das escolas não conseguem diferenciar a qualidade das carnes para entregar produtos de segunda como se fossem de primeira.

Após dois meses de investigação, os delegados haviam feito uma verdadeira devassa nos contratos geridos pelo Departamento de Merenda Escolar.

Em meio às licitações dispensadas, com valores milionários, assinados à época pelo ex-secretário da SEE, Márcio Mourão [que foi exonerado do cargo], descobriu-se ainda que empresários e servidores teriam forjado documentos de controle de recebimento e despacho de mercadorias, possibilitando pagamentos de produtos jamais entregues às escolas.

De acordo com as investigações, apesar de emitir notas no valor de R$ 2,7 milhões, a Fricarnes só entregou o equivalente a R$ 415 mil.