O Governo Federal apresentou nesta quarta-feira (16) um plano nacional de imunização como parte do combate à pandemia . Apesar da oficialização, o Ministério da Saúde ainda não apresentou um cronograma claro com datas de início e término da vacinação, mesmo após pedidos do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo explicasse melhor seu planejamento .
Desde 02 de dezembro, quando o ministro citou pela primeira vez a vacinação contra Covid-19 no Brasil, três datas diferentes de início da imunização já foram apresentadas. Primeiro Pazuello afirmou que seria em março de 2021, depois em dezembro , e agora, fevereiro de 2021 .
Hoje, no lançamento oficial do planejamento, o ministro Eduardo Pazuello questionou a população: “Para que essa ansiedade, essa angústia?” . “Se os registros das vacinas forem solicitados à Anvisa ainda em dezembro, nós, possivelmente, teremos as vacinas em meados de fevereiro para dar início ao plano [de imunização]”, estimou.
No dia 9 de dezembro, o general que comanda a pasta havia afirmado que que, “se houver autorização de uso emergencial, as doses podem ser aplicadas já em dezembro ou em janeiro”.
Pazuello se referia ao imunizante produzido pela Pfizer , afirmando que, se a empresa conseguisse aval da agência reguladora, a aplicação seria antecipada. A própria Pfizer, porém, que ainda aguarda assinatura de contrato com o ministério, diz que dificilmente terá a disponibilidade de entregarn doses ao País ainda em 2020.
Quanto tempo até todo mundo estar vacinado?
Embora não haja um detalhamento do cronograma, a previsão do governo é que a vacinação seja concluída em 16 meses, isto é, entre o final de abril e o início de maio de 2022.
Ontem, em resposta ao STF, o governo federal afirmou que a previsão do Ministério de Saúde é começar a vacinar grupos prioritários cinco dias após ter o aval da Anvisa e a entrega das primeiras doses de um imunizante certificado pela agência.
Desses 16 meses, os primeiros quatro meses serão usados para vacinar todos os grupos prioritários; os outros 12 meses seriam para vacinar a população em geral.
Como não há, ainda, ampla disponibilidade da vacina “o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbidade e mortalidade pela covid-19”, o que deve acontecer com a vacinação dos grupos prioritários, diz o governo.
Entenda o plano de vacinação
Por enquanto, a primeira etapa da imunização está dividida em fases e prevê imunizar 51 milhões de pessoas com 108,3 milhões de doses.
Fase 1
Trabalhadores da saúde; Pessoas de 75 anos ou mais; Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; População indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.
Fase 2
Pessoas de 60 a 74 anos.
Fase 3
Pessoas com morbidades — diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (com IMC maior ou igual a 40).
Também constam como grupos prioritários povos quilombolas, trabalhadores da educação (professores e funcionários públicos e privados), pessoas com deficiência permanente severa, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade e a população privada da liberdade. O plano nacional de imunização, entretanto, exclui mais da metade dos indígenas do Brasil .