A Cia. Garatuja de Artes Cênicas, estreia nos próximos dias 14, 21 e 22 de outubro, no Cine Teatro Recreio, a peça Correrias, que trata da história da extinção de etnias, da invasão das terras amazônicas por exploradores estrangeiros e brasileiros em viagens pela Amazônia em busca da borracha para a industrialização, ainda no século XVIII estudam a árvore da seringueira e seu leite, chamava mais tarde de “Hevea Brasiliensis”.
A Industria de automóveis no século XIX pedia cada vez mais borracha, nessa época a única região que havia borracha era a Amazônia.
Entre 1840 e 1850 a procura aumenta e isso trouxe a rápida ocupação dos territórios indígenas pelo homem branco, seringueiros e nordestinos, em consequência a população indígena é cada dia mais perseguida, extinta, sequestrada, escravizada pelas expedições organizadas nas casas aviadoras com apoio do governo do Amazonas e do Grão Pará, em busca da riqueza da arvore que jorra leite, as regiões do Purus e Juruá, invadidas pelos “nawas” e pelos peruanos, quando encontravam os grupos indígenas, não deixavam passar em branco: matavam os grupos indígenas, ou sequestravam para o trabalho escravo.
Os nativos não conseguiam mais permanecer em suas terras, onde queriam morar. Ficavam sem direção. Se os homens brancos atacavam, os nativos corriam para as cabeceiras dos rios. Quando chegavam nas cabeceiras dos rios, os caucheiros peruanos atacavam e os indígenas corriam para outra direção. A esse “corre, corre” dos nativos perseguidos, deram o nome na história do Acre “Correrias”, termo utilizado por indigenistas e antropólogos no estado do Acre, trata do genocídio e epistemicídio de povos originários. A Cia. Garatuja de Artes Cênicas faz uma releitura através de uma pesquisa que já dura 7 anos e uma montagem cênica de 4 anos que só agora se completa, trazendo a cena as divindades e seres, yuxibus e yiuxins dos povos massacrados pela ganância dos nawas.
Toda a dramaturgia do espetáculo Correrias é baseado nas histórias escritas, oral e, principalmente, testemunhal dos sobreviventes, além da releitura que fazemos diante da pesquisa, com um olhar extremamente para os corpos feminino amazônidas, tão cobiçados durante esses acontecimentos verídicos na Amazônia.
Sinopse: No cotidiano cosmogônico dos povos originários e seus corpos em rituais livres dentro dos imaginários das divindades da floresta, eles cantam, dançam e se transformam em seres, seus sentires são afetados e os corpos correm em diáspora pela escuridão da mata atacada em dores e aflições jamais vista e sentida. Resistiremos nos que conseguiram se camuflar nas folhagens e nas travessias das aguas barrentas dos rios.
Ficha Técnica:
Interpretes: Regina Maciel, Leia Nascimento Alyx Dantas
Direção Cênica: Dino Camilo “Lambada”
Maquiagem e luz: Marina Luckner
Sonoplastia: Nubia Alves
Dramaturgia e pesquisa: Regina Maciel
ILuminação: Junior Uchôa.
Produção Executiva: Nubia Alves e Marina Luckner
Fotografia: Edicley Araújo, Marcos Antônio e Jerffeson Linhares
Músicas de James Asher, povo Poyanawa, Katukina e Byron Metcalf .
Pré estreia:
14/10 às 19h30.
Apresentações:
21/10 e 22/10 às 19h30
Local: Cine Teatro Recreio.
Ingressos: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia entrada, que será vendida na hora, mediante apresentação de carteira de estudante ou carteira de passe estudantil.
Compra com antecedência R$ 20,00 no pix [email protected] “Banco Neon”.
Contatos pelo 68 996056290 (Regina)