Partidos de centro confirmam domínio municipal e governarão 43% da população


Selo eleições 2020O segundo turno das eleições municipais neste domingo (29) deu números finais ao domínio estabelecido pelos partidos do centro político sobre as cidades brasileiras. MDB, PSD, PP e DEM, legendas consideradas fiéis da balança no Congresso Nacional, vão governar cerca de 43% da população brasileira.

Esses quatro partidos conquistaram 13 das 25 capitais brasileiras em disputa (Macapá, capital do Amapá, teve seu pleito adiado para dezembro devido ao apagão que atingiu o estado, e Brasília não realiza eleições municipais, embora o Distrito Federal seja governado pelo MDB). Além disso, conquistaram 43 dos 96 maiores municípios brasileiros (capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores) e 2.591 do total de 5.570 cidades do país.

Se somadas as populações das cidades onde MDB, PSD, PP e DEM venceram as eleições, chega-se a 90,2 milhões de pessoas cujo dia a dia será administrado por prefeitos desses partidos. O contingente é próximo à metade do total de brasileiros, segundo a consolidação mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O MDB tem a dianteira, com 26 milhões de habitantes em 786 cidades, incluindo cinco capitais — os números de cidades e capitais são os maiores para um único partido em 2020. O DEM governará 24,4 milhões de habitantes, metade dos quais estão em Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Curitiba (PR). O PSD terá 23 milhões, com destaque para Belo Horizonte (MG), e o PP governará 16,6 milhões, mesmo sem ter vencido nenhuma cidade com mais de 1 milhão de habitantes.

Além desse grupo, o PSDB fecha a lista dos 5 partidos que chefiarão mais prefeituras a partir de 2020, e aproveitou o segundo turno para melhorar o seu retrato nas urnas. A sigla foi a que mais perdeu prefeitos e vereadores em números absolutos, mas manteve o comando da maior cidade do país, São Paulo (SP), e levou 18 dos 96 maiores municípios. Ao todo, o PSDB governará a maior fatia do país para um partido só: 34 milhões de pessoas, ou 16% da população nacional. Mais de um terço desse total está apenas na capital paulista.

O resultado do segundo turno também confirmou a redução do espaço dos partidos tradicionais de esquerda. PDT, PSB, PT e PCdoB perderam prefeituras em relação a 2016 e governarão, juntos, 27 milhões de habitantes, ou menos de 13% da população total. O grupo venceu em apenas 12 das 96 maiores cidades.

Apenas quatro capitais serão chefiadas por essas legendas, todas no Nordeste: Recife (PE) e Maceió (AL) com o PSB, Fortaleza (CE) e Aracaju (SE) com o PDT. É a primeira vez desde a redemocratização do país que o PT não elege nenhum prefeito de capital.

Em contraste com os demais partidos da esquerda, o PSOL aumentou o seu capital eleitoral em 2020 e conquistou a prefeitura de Belém (PA), que passará a ser a maior cidade já administrada pelo partido em toda a sua história.

Entre os candidatos apoiados publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, o único a obter sucesso nas urnas é de Rio Branco (AC). O PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018, comandará mais prefeituras, mas nenhuma delas está entre as 96 maiores do país. Já o Republicanos, partido de dois dos três filhos do presidente, levou três grandes cidades, entre elas uma capital — Vitória (ES) — e uma com mais de 1 milhão de habitantes — Campinas (SP) —, mas perdeu o comando do Rio de Janeiro (RJ).

Prefeitos eleitos 2016-2020

 
20202016 variaçãocapitaispopulação governada
mdb.pngMDB7861037-24.2% arrow_down.png526.098.554(12,3%)
PP.pngPP68549538.4% arrow_up.png216.643.705(7,9%)
psd.pngPSD65554121.1% arrow_up.png223.002.938(10,9%)
psdb.pngPSDB521803-35.1% arrow_down.png434.066.661(16,1%)
dem.pngDEM46526774.2% arrow_up.png424.432.792(11,5%)
PL.pngPL34429815.4% arrow_up.png08.957.806(4,2%)
pdt.pngPDT314336-6.5% arrow_down.png210.809.958(5,1%)
psb.pngPSB252415-39.3% arrow_down.png29.149.488(4,3%)
ptb.pngPTB212261-18.8% arrow_down.png03.560.030(1,7%)
republicanos.pngRepublicanos211105101.0% arrow_up.png17.387.233(3,5%)
pt.pngPT183255-28.2% arrow_down.png06.045.238(2,9%)
cidadania.pngCidadania13912213.9% arrow_up.png04.333.838(2,0%)
psc.pngPSC1158830.7% arrow_up.png03.364.628(1,6%)
podemos.pngPodemos10230240.0% arrow_up.png16.712.318(3,2%)
solidariedade.pngSolidariedade946349.2% arrow_up.png03.318.877(1,6%)
psl.pngPSL9031190.3% arrow_up.png02.606.008(1,2%)
avante.pngAvante8213530.8% arrow_up.png14.831.677(2,3%)
patriota.pngPatriota4914250.0% arrow_up.png01.603.093(0,76%)
pcdob.pngPCdoB4683-44.6% arrow_down.png01.057.269(0,50%)
pv.pngPV46102-54.9% arrow_down.png01.230.305(0,58%)
pros.pngPROS4153-22.6% arrow_down.png01.124.034(0,53%)
pmn.pngPMN1328-53.6% arrow_down.png0199.318(0,09%)
prtb.pngPRTB69-33.3% arrow_down.png0126.418(0,06%)
rede.pngRede56-16.7% arrow_down.png0101.293(0,05%)
psol.pngPSOL52150.0% arrow_up.png11.546.909(0,73%)
ptc.pngPTC115-93.3% arrow_down.png03.631(0,002%)
DC.pngDC19-88.9% arrow_down.png05.651(0,003%)
pmb.pngPMB14-75.0% arrow_down.png061.388(0,03%)
novo.pngNovo10– arrow_up.png0597.658(0,28%)
*A eleição em Macapá (AP) acontecerá em 6 de dezembro (primeiro turno) e 20 de dezembro (segundo turno, se necessário)
Fontes: Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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