Ted Bundy, o psicólogo que assassinou e mutilou mais de 30 mulheres

Bem afeiçoado, inteligente e simpático, Ted Bundy usava todo seu charme para atrair e torturar mulheres até a morte. Ele agiu na década de 1970 em vários estados norte-americanos, tendo deixado por onde passou um rastro de sangue, terror e luto.

Bundy espancava suas vítimas e as mutilava, a ponto de muitas delas terem ficado irreconhecíveis. Ele movia os corpos, o que dificultava o trabalho da polícia, já prejudicada pelos sistemas de comunicação e métodos de investigação poucos eficazes na época.

Os investigadores demoraram anos para associar os homicídios uns aos outros. Até que no dia 6 de agosto de 1975 conseguiram prender o serial killer. Ele estava então com 28 anos de idade.

Sujeito educado  

Ted Bundy se licenciou em psicologia na Universidade de Washington, em 1972, onde chegou a figurar no quadro de honra. Meses depois se matriculou na Universidade de Direito de Seattle, mas abandonou as aulas e não concluiu o curso.

Foi nesta altura da vida que Ted Bundy se tornou um matador em série nas horas vagas. Vivia de estado em estado, entre a California, Colorado, Florida, Idaho, Oregon, Utah e Washington – onde, no total, matou aproximadamente 30 mulheres.

Em Utah, a polícia de trânsito desconfiou do Fusca castanho-claro que circulava com os faróis apagados. Este modelo de carro já vinha sendo procurado pelas autoridades após Carol Daronch ter conseguido fugir das mãos do assassino depois de ter sido algemada no interior do veículo.

Os policiais pediram ao motorista que encostasse, mas ele não obedeceu e tentou fugir. Interceptado, o carro foi revistado, e a polícia encontrou vários objetos suspeitos, tais como algemas, um picador de gelo e uma máscara de esqui.

Ted Bundy após a primeira fuga: fome, frio e 11 kg a menos/Foto: reprodução

Apesar de o suspeito ter explicação para tudo, ele acabou por detido e levado para a delegacia por desobediência. Ali, a polícia descobriu que Bundy se enquadrava no perfil do homem que tinha raptado a jovem Carol Daronch.

Ela então foi chamada para a identificação, e ao ver o suspeito disse que tinha certeza que era ele o sequestrador.

No julgamento, em fevereiro de 1976, Ted Bundy foi considerado culpado por tentativa de rapto e agressão, tendo sido condenado a uma pena indeterminada de 1 a 15 anos de prisão.

A polícia continuou a trabalhar no caso, até que conseguiu reunir provas suficientes para acusar Bundy pelo assassinato de Caryn Campbell, de 23 anos. Ela havia sido morta no estado do Colorado, o que o podia levar à pena de morte.

Ele então foi transferido para uma prisão no condado de Garfield (Colorado), onde passava os dias a preparar a própria defesa no tribunal – e também um plano de fuga.

A primeira fuga

Bundy praticava exercícios na cela, entre os quais saltar várias vezes do beliche e percorrer longas distâncias mesmo em um espaço tão pequeno.

Em junho de 1977, dia da audiência preliminar do homicídio de Caryn, ele estava sozinho na biblioteca do edifício quando aproveitou para saltar do segundo andar pela janela. Correu o mais rápido que pôde em direção às montanhas de Aspen, onde passou frio e fome em uma cabana na floresta.

Uma grande operação com centenas de agentes (inclusive do FBI) e cães de caça foi encontrada para recapturar o fugitivo. Mas só depois de 6 dias TED voltou à cidade, onde foi encontrado pelas autoridades com 11 kg a menos.

Sete meses depois, em dezembro de 1977, Ted ainda estava preso quando, numa noite, escapou por um buraco no teto da cela, rastejou até ao dormitório dos guardas, vestiu um dos uniformes e saiu pela porta da frente da prisão.

O fusca de Bundy está exposto em um museu do Tennessee/Foto: reprodução

De volta às ruas, Ted Bundy percorreu mais de 2 mil km do Colorado até Florida para matar. Na cidade de Tallahasee, invadiu uma casa de estudantes e assassinou Lisa Levy e Margaret Bowman – que foi espancada, estrangulada e abusada sexualmente –, além de agredir Karen Chandler e Katy Kleiner. Elas conseguiram sobreviver, mas não tinham visto o agressor de forma a identificá-lo.

Após 46 dias de liberdade, o assassino foi detido em Pensacola, após uma perseguição. Ele resistiu à detenção e se negou a declarar o nome às autoridades, chegando a apresentar uma identificação falsa.

Enquanto esteve foragido, ele também matou Kimberly Leach, de 12 anos. E foi finalmente eletrocutado pelo estado da Flórida, em 1989.

Ted Bundy havia sido condenado pelo assassinato de 36 mulheres, mas a polícia chegou a estimar que o número de vítimas tenha chegado a 65. De acordo com as autoridades, seu primeiro crime teria sido cometido quando Ted estava com 14 anos. Ele foi acusado de matar um vizinho de 8 anos de idade.

*Amaro Alves foi repórter de polícia até se aposentar, em 2009; vive atualmente em Belém (PA), de onde escreve com exclusividade para oacreagora.com

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